segunda-feira, 27 de junho de 2016

Machismo e Esquerda. Coisa que não deveria...mas ainda existe.


Juro que gostaria de começar este texto afirmando que não existe machismo dentro do pensamento de esquerda, mas sim..ele existe. Existe e continuará existindo enquanto as mulheres se eximirem da vida política, dos movimentos sociais e das lutas diárias ocorridas na rua. Óbvio que não é nada fácil peitar os homens nos espaços políticos — ainda mais se há acordo em boa parte da política com eles — pois, se não bastasse a violência física sofrida pelas mulheres, estas, quando decidem pela denúncia, sofrem a violência psicológica de uma sociedade machista e dos movimentos sociais que sequer sabem lidar com coerência frente à situação.Vejo uma luz no fim do túnel quando mulheres resolvem dar um basta de vez a atitudes machistas dentro da esquerda brasileira e colocar que para nós o feminismo tem lugar na política. Até porque, fazer a dissociação entre a luta política e a luta feminista é, no mínimo, cruel com as mulheres, pois não são coisas dissociadas. É preciso dizer com todas as letras que não haverá transformação real se isso não passar pela transformação social das relações entre mulheres e homens. Basta dar uma olhada nas pesquisas feitas pelo IBGE, ONU e tantas outras para ver quem está na base da pirâmide social, definitivamente não são os homens. A pobreza tem cor e  gênero, passar batido por isso é não compreender a complexidade da sociedade em que vivemos, é recair em erros históricos.O feminismo avança quando temos força e respaldo para cobrar dos movimentos sociais coerência, não complacência com a violência machista. Quando forçamos nossas companheiras e, porque não, nossos companheiros a se posicionarem e não mais serem testemunhas silenciosas, quando temos força para dizer que: Nenhuma agressão passará impune!
Mas atenção, para que uma luta tenha êxito, é necessário que mais e mais mulheres avancem em direção ao seu próprio empoderamento, que ganhem consciência de seu próprio valor e lutem realmente por seus direitos. E sim...é na política que conseguiremos uma maior abertura para nossas lutas diárias.  É necessário mudar, lutar e, principalmente nos policiar no dia a dia, para que a opressão não nasça da nossa própria forma de enxergar a militância. 

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